O papel dos psicólogos no processo de doação de órgãos

Falar com naturalidade sobre a morte na sociedade ocidental segue sendo um assunto delicado. E justamente dialogar sobre o processo de finitude da vida é um procedimento decisivo para ampliar a doação de órgãos e transformar essa perda familiar em vida para tantas outras pessoas e famílias ao possibilitar transplantes.

Apenas o quadro de morte encefálica (ME) – quando não há mais função cerebral e o corpo é mantido por aparelhos –  permite a doação de órgãos. E a ME representa menos de 2% do total de óbitos entre todas as mortes. Assim mesmo, metade das famílias entrevistadas no hospital não autoriza a doação de órgãos.

Estudos apontam que a informação e a forma empática com que ocorre a entrevista aumentam potencialmente as doações. As equipes que realizam esse trabalho nas Comissões Intrahospitalares para a  doação de órgãos e tecidos – chamada pela sigla Cihdot – são as responsáveis em comunicar más notícias e oferecer a possibilidade da família permitir que outras pessoas possam ser salvas a partir do seu gesto.

A habilidade em lidar neste momento frágil é determinante para que esta experiência seja a menos traumática para a família e ainda resulte em transplantes.

Todo esse processo envolve lidar com a morte, a perda, o luto. Sentimentos como dor, sofrimento, frustração, raiva, insegurança e, por vezes, culpa podem estar também envolvidos neste cenário.

Como acontece o acolhimento nessa hora? O que fazer com o luto? Como é lidar com a morte e a doação e com a vida com a oportunidade de um transplante? Como a psicologia ajuda nesses momentos únicos?

painelistas

 psicóloga, Cihdot Pronto Socorro Canoas

Formada pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Unisinos. Tem experiência com pacientes vítimas de politrauma e em atendimento aos familiares de pacientes graves; atua com famílias de pacientes vítimas de trauma crânio-encefálico, experiência em acompanhamento com as famílias em protocolo de morte encefálica e abordagem para doação de órgãos e tecidos como membro da comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para transplantes no Hospital de Pronto Socorro de Canoas – HPSC.

psicóloga, Cihdot Montenegro

Carla Giuliani, Formada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFGRS, especialista em Psicologia Hospitalar pelo CFP, Formação em Psicoterapia de orientação psicanalítica com 15 anos de prática em atendimento psicológico hospitalar. Atua na Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos – CIHDOTT do Hospital Montenegro Regional desde 2013.

psicólogo Cihdot Sapiranga

Formado na Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (Fadergs). Atua na Rede de Atenção Básica do Município de Nova Hartz. Possui formação de ACP (Abordagem Centrada na Pessoa) e pós-graduado em PSF (Programa de Saúde da Família). Atualmente é psicólogo membro da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos no Hospital Sapiranga.

psicanalista, transplantada

Psicanalista, psicóloga, doutoranda e mestra pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, com ênfase em relações de trabalho, carreira e saúde no trabalho. Docente da Faculdade da Associação Brasiliense de Educação. Docente e membro da comissão de Ensino do Projeto Associação Científica de Psicanálise e Humanidades. Atua na área clínica desde 1997, com psicanálise e psicoterapia de jovens e adultos, orientação parental e acompanhamento psicológico em processos de reprodução assistida. Claudia é transplantada hepática.

data
24 de outubro de 2023, 19h

local
Transmissão pelo pelo canal da Fundação Ecarta no youtube

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